segunda-feira, 11 de abril de 2011

O CERRADO OU SAVANA

As regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste compõem-se de um mosaico de tipos de vegetação, solo, clima e topografia bastante heterogêneos. O Cerrado, que é a segunda maior formação vegetal do Brasil com 1.890.278 km2 espalhados por 10 estados, é um tipo savana tropical na qual a vegetação herbácea coexiste com árvores e arbustos espaçadas, em um solo do grupo Latossolos amarelo, caracterizado como sendo antigo, profundo, ácido, de baixa fertilidade, com altos níveis de ferro e alumínio.

Este bioma também se caracteriza por suas fisionomias diferenciadas, que vão desde a formação arbórea densa, até ocorrências de campos em que árvores arbustivas se encontram espaçadas, predominando entre elas, extratos herbáceos com progressiva redução da densidade vegetal. Ao longo dos rios há fisionomia arbórea mais densa, conhecida como florestas de galeria ou matas ciliares. Essa heterogeneidade, ao longo do Planalto Central, abrange a fauna, além de uma abundância de microorganismos.

O Bioma Cerrado é cortado por três bacias hidrográficas brasileiras: Parnaíba, Tocantins e São Francisco, favorecendo a manutenção de uma biodiversidade rica e surpreendente. Já foram identificadas mais de 10 mil espécies de plantas diferentes, com um elevado grau de endemismo. O Cerrado está adaptado ao clima tropical (Aw), com uma estação úmida e quente (verão) e uma seca e fria (inverno). O perfil topográfico da região varia entre plana e suavemente ondulada, destacando as chapadas (relevo tabular) que favorece o avanço da sojicultura

O processo de expansão da sojicultura e mais recentemente da Cana-de-açúcar nas áreas nativas, as chamadas últimas fronteiras agrícolas, ocorre com a soja desde a década de 1970 pelo Centro-Oeste, na década de 1980, avançou no Nordeste e na década de 1990 chega à região Norte. No nordeste brasileiro o Oeste da Bahia, o Sul e o Sudoeste do Piauí e o Centro-Sul do Maranhão, são as áreas em que formam o pólo de Grãos nordestino.

sábado, 2 de abril de 2011

TERRA: UMA ALDEIA GLOBAL

Globalização pode ser definida como agrupamento de interesses geopolíticos e econômicos mundiais num dado momento da história, refletindo um mundo organizado e segundo os interesses dos países mais poderosos, que determinam o rumo das relações internacionais. O caráter essencialmente econômico do sistema capitalista, em seu processo histórico de expansão na conquista de novos mercados consumidores e na produção de uma ordem globalizada, poder ser identificada em suas três fases:

1º Fase:

 Mercantilismo: A doutrina econômica do Capitalismo comercial

A primeira fase da globalização, período do mercantilismo como doutrina político-econômica de caráter monopolista, teve como uma das conseqüências a expansão marítima comercial em direção ás índias que assegurou aos colonizadores europeus mercadorias e mercados para uma emergente classe burguesa comercial. Enquanto as especiarias eram embarcadas para os principais portos europeus oriundas destas “novas” terras, imigrantes atlânto-mediterrâneos navegaram além-mar, para as Américas (o novo mundo) e Ásia consolidando o processo de domínio das novas terras (colônias), com implantação de colônia de exploração, apropriando-se dos metais preciosos e a introdução do sistema agrícola de Plantaions, baseadas no latifúndio, monocultura e na relação escrava de trabalho (negros ou índios) ou nas colônias de povoamento na América Anglo-Saxônica, baseadas em propriedade de exploração familiar para atender as necessidades da colônia e principalmente da metrópole.

2º Fase:

Liberalismo: A doutrina econômica do Capitalismo Industrial

Na Europa, a Inglaterra passava por um conjunto de transformações políticas, econômicas e de desenvolvimento de novas tecnologias que foram completadas no século XVIII, isto estabeleceu o fim da fase mercantilista e absolutista da globalização. Pós-Reino Unido esta fase ocorreu em outros países europeus como a Alemanha, França Itália e os países Baixos. As novas máquinas e equipamentos foram utilizados nos transportes, ferroviário e marítimo, neste processo, novas fontes de energia impulsionaram a capacidade de produção e o “casamento entre o capital industrial e financeiro. No século XIX e na primeira metade de século XX, as metrópoles européias, para atender os interesses da burguesia industrial-financeira. Adotam uma política imperialista com o neocolonialismo na África, Ásia e Oceania (Austrália e Nova Zelândia). A busca pela hegemonia mundial, o interesse econômico divergentes entre as metrópoles européias e o surgimento de novas potencia imperialistas na Ásia (Japão) e na América do Norte (Estados Unidos da América) levaram a conflitos de abrangência global: a primeira e segunda guerra em um mundo de organização espacial ainda multipolar.

3º Fase:

Neoliberalismo: A doutrina econômica da atual globalização

Com o fim da segunda guerra mundial, no período entre 1947 a 1989, o mundo passa a ser organizado espacialmente numa bipolaridade, que expõem o antagonismo econômico entre o capitalismo e o socialismo capitaneados pelas as duas potências que emergiram vencedoras deste conflito mundial: A União de Repúblicas Socialista Soviética (Socialista) e os Estados Unidos da América (Capitalista). Neste tempo-histórico ocorreram grandes avanços tecnológicos que possibilitaram várias conquistas: Espaciais - “A terra é azul”, disse Yuri Gagari - o primeiro homem a viajar ao espaço e Militares com a tecnologia nuclear em diversas áreas do conhecimento. Essas tecnologias, inicialmente de uso militar, passaram a ser utilizado pelas diversas atividades industriais ao longo da bipolaridade pelas economias capitalistas, o que não ocorreu com os países socialista sendo uma das causas que levaram à crise e ao fim das economias socialistas ao longo dos anos 80 e 90 do século passado

Os acontecimentos que marcaram o fim da bipolaridade como a glasnost e a Perestróica, adotada por Mikhail Gorbachev na URSS desde 1986, a derrubada do Muro de Berlim ocorrida em 1989, acompanhada da reunificação da Alemanha em 1990, o fim do pacto de Varsóvia e em seguida o esfacelamento da URSS em 25/12/1991 estabeleceu a vitória do capitalismo e de seu representante maior, os Estados Unidos da América. A China, outro representante comunista, de Deng xiaoping, por sua vez, adotou reformas visando à modernização de sua economia – O Socialismo de Mercado - criando as ZEE”s para atrair capitais transnacionais. Esta política de Deng Xiaoping de conciliar o investimento capitalista com o monopólio do Partido Comunista esvazia-se do ponto de vista ideológico e desde então só restou a hegemonia do sistema capitalista, não havendo nenhuma outra barreira à globalização capitalista, que na atual fase caracteriza-se pela maior integração das economias (objetivo principal) tendo as multinacionais, as “inventoras” da nova globalização como o principal agente organizador do espaço mundial de produção e consumo.

A globalização recente se faz pela utilização das tecnologias de ponta (satélites, computadores, Internet...) com a mecanização e automação a capacidade de produção mundial cresceu e o desenvolvimento dos meios de transporte, que transporta cada vez mais e cada vez mais rápido, possibilitou o crescimento do consumo em escala global e o padrão de vida das pessoas melhoram em diversas regiões do mundo - apresentando índices diferenciados de melhoria - na saúde, educação, habitação e alimentação. Infelizmente o domínio da tecnologia pelo grupo de países ricos do Norte (G-7), ampliou a desigualdade tecnológica regional, que é imensa entre os países centrais e os periféricos. O Brasil (periférico) em função de seu processo histórico de formação está atrasado pelos menos 100 com relação aos países centrais como EUA, Japão, Alemanha, França...


A Globalização capitalista vem criando mecanismo de expansão que enfraquece os estados-nacionais, com a criação de órgãos supranacionais que gradativamente substitui os governos em suas diversas funções. Com a formação dos blocos regionais ou intercontinentais (Nafta, UE, Cei, Unasul, Can, Apec...), e com a maior interdependência entre países e blocos (mercados) assentam-se as bases para os futuros governos transnacionais, como acontece hoje na União Européia, que está se organizando em uma federação de Estado, com o processo de ratificação da constituição para a Europa (aprovada pelo Parlamento europeu em 2005). Não é impossível, pois já estamos no caminho em que os governos nacionais darão vazão a governos globais e, individualmente você ser um cidadão do mundo.