sábado, 19 de março de 2011

A QUESTÃO DA ÁGUA NA GEOPOLÍTICA ATUAL

Hidrografia é a ciência que estuda todas as águas e sua distribuição pelo planeta Terra. Os dados obtidos do estudo da distribuição dos máres, oceanos, rios e lençóis aqüíferos e suas dinâmicas, servem para buscar formas responsáveis de aproveitamento para fins de navegação, de geração de energia, de abastecimento urbano, das atividades agrícolas e industriais, assim como no lazer. Os estudos oceanográficos realizados na Amazônia Azul brasileira têm sido úteis para pesquisas submarinas, e a descoberta de petróleo e gás natural, que vem colocando o Brasil como uma potência-futura em hidrocarneto líquido (petróleo).

Dos 100% do volume global de água da Terra, cerca de 71% abrangem oceanos e mares. O restante, cerca de 2,7;das águas continentais se encontram distribuída em: água doce congelada (geleiras e calotas polares) que corresponde a 77,2% das águas continentais; a água doce armazenada no subsolo (lençóis freáticos e poços), 22,4% e superficiais como a água dos pântanos e lagos, 0,35%; a água da atmosfera, 0,04% e a água dos rios, 0,01

A água é um recurso hídrico, que se transformou em uma questão de estado, em função de sua importância para vida e para a economia dos Estados-nações em todo mundo. Desta forma, o Brasil, após um longo debate, aprovou a Lei das águas (Lei 9.433/97) e criou a ANA (Agência Nacional de águas), que entrou em funcionamento, praticamente, no início de 2001, com a missão de implementar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, previsto na Constituição de 1988, cujo o funcionamento assegurará o uso múltiplos da água de forma sustentável e que venha atender os vários agrupamentos sociais e econômicos, dos nossos rios para atual e de futuras gerações.

No Brasil, quase doze mil rios escorrem pelo território nacional – mais de 70% deles nas bacias da região norte –, formando as doze regiões hidrográficas brasileiras. No subsolo, dois aqüíferos – O Guaraní e o Alter Chão – guardam quase 120 mil Km cúbicos de água. Neste sentido, a Lei 9.433/97, Lei das águas, estabelece diretrizes para a atuação da ANA (Agência Nacional de Águas) adotar os conceitos de decisão descentralizada e de forma participativa sobre os recursos hídricos que formam as bacias hidrográficas, que de acordo a ANA e a Lei de Águas, são consideradas unidade territoriais privilegiada

As Bacias hidrográficas são formadas por rios (afluentes e subafluentes) que deságuam num curso principal de água. Os rios têm grande importância econômica; eles irrigam terras agrícolas, abastecem reservatórios de água urbanos, fornecem alimentos, produzem energia e possibilita a navegabilidade. Cerca de 97% da energia elétrica produzida no Brasil é gerada em hidrelétricas. Somente a Bacia Platina possui cerca de 60% das hidrelétricas em operação ou em construção. O país aproveita, no entanto, apenas uma pequena parte do seu potencial hidráulico. O alto custo de construção de uma usina, somada aos problemas sociais e ambientais decorrentes do alagamento de grandes áreas, desestimula a instalação de novas hidrelétricas

A região amazônica é o exemplo mais claro dessa dificuldade. Apesar de ter o maior potencial hidrelétrico do país, seus rios são pouco apropriados para a construção de usinas por correrem em regiões muito planas, que requerem o alagamento de áreas mais extensas, como por exemplo, a Usina de Balbina, no estado do Amazonas, precisou inundar 2.360 km² para produzir 250 mw de energia (relação custo-benefício negativo) e as Usinas de Jirau, Santo Antônio - no curso do rio Madeira (Rondônia) - e Belo Monte, no curso do rio Xingu, no Pará, irão drenar extensas áreas, produzindo impactos sócio-ambientais de toda ordem.