África, o continente-mãe que “chora” a perda de seus filhos por séculos, desde quando os Franceses, Portugueses, holandeses, Espanhóis e ingleses estabeleceram um tráfico em grande escala em um comércio de seres humanos capturados como mercadoria, para servir de mão de obra escrava no passado. E agora, no presente, a perda de seus filhos para a epidemia da AIDS e para a epidemia geradora de diversas doenças, a fome.
Como um grande produtor e exportador de produtos agrícola não conseguem alimentar sua população? Se num passado não muito distante, sem a presença dos colonizadores europeus, a África era um continente auto-suficiente. Na África pós-colonizada a estrutura produtiva que era voltada para o mercado interno voltou-se para o mercado externo e na atual África, a escassez de alimento em alguns países levaram a uma instabilidade política, desse modo, a fome é, ao mesmo tempo, causa e conseqüência da pobreza e dos conflitos internos atuais.
Numa situação interna, em alguns países, com ausência de governos democráticos estabelecidos no continente, em uma das regiões mais pobres do mundo como o Chifre africano, no nordeste da África, que em 2011 está a passar pela pior seca dos últimos 60 anos, agravando o sofrimento nos países como: Eritréia, Djibuti, Etiópia, Quênia e Somália a fome se torna crônica. De acordo com a ONU, a epidemia de fome já foi declarada em cinco regiões da Somália, o país mais castigado pela crise.
Para a ONU, milhões de africanos morrerão de fome ou das doenças resultantes da deficiência alimentar, que não chega à quantidade mínima necessária de calorias diárias. As ações humanitárias por partes de várias nações são atenuantes e muito importantes, mas não deve ser a única ação, principalmente por parte dos países europeus que historicamente foram e ainda são influenciadores, do ponto de vista político e econômico.
Esta situação de indigência da África é uma herança do processo de colonização – Que não levou em consideração os aspectos culturais dos milhares grupos étnicos africanos e sim, os interesses das metrópoles européias – do desastroso processo de descolonização e que associada as atuais características do mundo da globalização econômica, que “esquece” a maioria dos países africanos que não são atraentes do ponto de vista econômico, são as principais causas da fome, dos conflitos de diversas gêneses e por último das condições naturais do continente Africano