sábado, 16 de março de 2013

AS LÁGRIMAS DE MARÇO

A morte é imprevisível e impacta. Nos dias 5 e 6 de março de 2013, morreram o presidente da Venezuela Hugo Chaves e o vocalista da banda Charlie Brown Jr - o Chorão. Duas mortes que repercutiram e que me atrevo a fazer uma comparação entre as duas perdas. Salvadas as devidas proporções.

No Brasil, morreu o Chorão, um artista que influenciou uma geração de jovens que acompanharam sua carreira de sucesso. Um dia antes, milhões de jovens, adultos e idosos choraram a morte física do seu presidente Hugo Chaves.

O choro pelo Chorão, foi um choro de perda de um artista que expressava-se de forma clara as idéias contestadora que chegava facilmente no meio dos jovens brasileiros. Ideias que criticavam o status quo, que confrontavam as decisões vigentes imposta pela elite política e capitalista, influenciando os diversos aspectos da vida dos jovens na sociedade brasileira.

Já o choro dos venezuelanos, é um choro da perda de um chefe de estado que não aceitava o status quo global, organizada dentro de um modelo caracterizado pela globalização econômica. Chaves, um nacionalista estatizante – E, que na visão da elite sanguessuga mundial liberal – foi estereotipado nas varias oportunidades criadas, como um retrógrado nacionalista e ditador.

Já o choro pelo chorão, se deu e se dará na sociedade brasileira devido a defesa de seus pensamentos enquanto artista, esqueitista e letrista-poeta, que será lembrado por gerações dos jovens-adultos deste meu Brasil


Já, o chorá dos venezuelanos se dá e se dará pela falta do presidente que não governou para a elite sanguessuga paleolítica defensora do neoliberalismo e, sim, para venezuelanos desprovidos historicamente do acesso a renda e que, com certeza, dividirá ainda mais a Venezuela.

Na poesia de chorão, há uma frase que diz assim “ Só os loucos sabem”... Será loucura fazer o diferente e nadar contra a maré do senso comum? Chaves chorão ou chorão chaves... Não sei! Só sei que sou mais um louco, pois não navego na defesa total do que está colocado e aceitado.

Não aceito a ideia produzida de que o mundo global, o mundo da globalização neoliberal que chaves era ditador. Como ditador? por ir de encontro ao que está imposto na ordem vigente?

Mesmo com suas mazelas, ele foi eleito diretamente pelo povo em eleições limpas: Por ter sido um nacionalista e de ter pregado a integração dos países latinos americanos ele merece ser considerado um falastrão, pelo fato de não embarcar na doutrina vigente da globalização, ele merece ser adjetivado de retrógrado? Sabe ... Não sei... Mas Chaves, mostrou que a chave que abre a porta das oportunidades para os desassistidos tem que ser usada. Mas será que ele usou de maneira correta? Eita elite podre essa! Elite que em função da defesa do ganho econômico, esquecem-se do básico social.

O chorão e o Chaves se foram, mais deixaram suas posições e contestações na defesa de seus ideais. Eles se foram, mas deixaram seus legados.

Só sei que a marionete-sociedade, manipulada como um boneco pela elite econômica e midiática, produzirá, na Venezuela, no Brasil e no mundo, factoides para levar ao óbito as ideais da prática das politicas sociais diretas no combate a pobreza. Cabe aos que ainda não foram alienados, a se levantar para a defesa direta das soluções dos problemas sociais e na defesa o maior legado do chavismo na América Latina, A defesa da integração dos países latinos americanos.