sábado, 2 de abril de 2011

TERRA: UMA ALDEIA GLOBAL

Globalização pode ser definida como agrupamento de interesses geopolíticos e econômicos mundiais num dado momento da história, refletindo um mundo organizado e segundo os interesses dos países mais poderosos, que determinam o rumo das relações internacionais. O caráter essencialmente econômico do sistema capitalista, em seu processo histórico de expansão na conquista de novos mercados consumidores e na produção de uma ordem globalizada, poder ser identificada em suas três fases:

1º Fase:

 Mercantilismo: A doutrina econômica do Capitalismo comercial

A primeira fase da globalização, período do mercantilismo como doutrina político-econômica de caráter monopolista, teve como uma das conseqüências a expansão marítima comercial em direção ás índias que assegurou aos colonizadores europeus mercadorias e mercados para uma emergente classe burguesa comercial. Enquanto as especiarias eram embarcadas para os principais portos europeus oriundas destas “novas” terras, imigrantes atlânto-mediterrâneos navegaram além-mar, para as Américas (o novo mundo) e Ásia consolidando o processo de domínio das novas terras (colônias), com implantação de colônia de exploração, apropriando-se dos metais preciosos e a introdução do sistema agrícola de Plantaions, baseadas no latifúndio, monocultura e na relação escrava de trabalho (negros ou índios) ou nas colônias de povoamento na América Anglo-Saxônica, baseadas em propriedade de exploração familiar para atender as necessidades da colônia e principalmente da metrópole.

2º Fase:

Liberalismo: A doutrina econômica do Capitalismo Industrial

Na Europa, a Inglaterra passava por um conjunto de transformações políticas, econômicas e de desenvolvimento de novas tecnologias que foram completadas no século XVIII, isto estabeleceu o fim da fase mercantilista e absolutista da globalização. Pós-Reino Unido esta fase ocorreu em outros países europeus como a Alemanha, França Itália e os países Baixos. As novas máquinas e equipamentos foram utilizados nos transportes, ferroviário e marítimo, neste processo, novas fontes de energia impulsionaram a capacidade de produção e o “casamento entre o capital industrial e financeiro. No século XIX e na primeira metade de século XX, as metrópoles européias, para atender os interesses da burguesia industrial-financeira. Adotam uma política imperialista com o neocolonialismo na África, Ásia e Oceania (Austrália e Nova Zelândia). A busca pela hegemonia mundial, o interesse econômico divergentes entre as metrópoles européias e o surgimento de novas potencia imperialistas na Ásia (Japão) e na América do Norte (Estados Unidos da América) levaram a conflitos de abrangência global: a primeira e segunda guerra em um mundo de organização espacial ainda multipolar.

3º Fase:

Neoliberalismo: A doutrina econômica da atual globalização

Com o fim da segunda guerra mundial, no período entre 1947 a 1989, o mundo passa a ser organizado espacialmente numa bipolaridade, que expõem o antagonismo econômico entre o capitalismo e o socialismo capitaneados pelas as duas potências que emergiram vencedoras deste conflito mundial: A União de Repúblicas Socialista Soviética (Socialista) e os Estados Unidos da América (Capitalista). Neste tempo-histórico ocorreram grandes avanços tecnológicos que possibilitaram várias conquistas: Espaciais - “A terra é azul”, disse Yuri Gagari - o primeiro homem a viajar ao espaço e Militares com a tecnologia nuclear em diversas áreas do conhecimento. Essas tecnologias, inicialmente de uso militar, passaram a ser utilizado pelas diversas atividades industriais ao longo da bipolaridade pelas economias capitalistas, o que não ocorreu com os países socialista sendo uma das causas que levaram à crise e ao fim das economias socialistas ao longo dos anos 80 e 90 do século passado

Os acontecimentos que marcaram o fim da bipolaridade como a glasnost e a Perestróica, adotada por Mikhail Gorbachev na URSS desde 1986, a derrubada do Muro de Berlim ocorrida em 1989, acompanhada da reunificação da Alemanha em 1990, o fim do pacto de Varsóvia e em seguida o esfacelamento da URSS em 25/12/1991 estabeleceu a vitória do capitalismo e de seu representante maior, os Estados Unidos da América. A China, outro representante comunista, de Deng xiaoping, por sua vez, adotou reformas visando à modernização de sua economia – O Socialismo de Mercado - criando as ZEE”s para atrair capitais transnacionais. Esta política de Deng Xiaoping de conciliar o investimento capitalista com o monopólio do Partido Comunista esvazia-se do ponto de vista ideológico e desde então só restou a hegemonia do sistema capitalista, não havendo nenhuma outra barreira à globalização capitalista, que na atual fase caracteriza-se pela maior integração das economias (objetivo principal) tendo as multinacionais, as “inventoras” da nova globalização como o principal agente organizador do espaço mundial de produção e consumo.

A globalização recente se faz pela utilização das tecnologias de ponta (satélites, computadores, Internet...) com a mecanização e automação a capacidade de produção mundial cresceu e o desenvolvimento dos meios de transporte, que transporta cada vez mais e cada vez mais rápido, possibilitou o crescimento do consumo em escala global e o padrão de vida das pessoas melhoram em diversas regiões do mundo - apresentando índices diferenciados de melhoria - na saúde, educação, habitação e alimentação. Infelizmente o domínio da tecnologia pelo grupo de países ricos do Norte (G-7), ampliou a desigualdade tecnológica regional, que é imensa entre os países centrais e os periféricos. O Brasil (periférico) em função de seu processo histórico de formação está atrasado pelos menos 100 com relação aos países centrais como EUA, Japão, Alemanha, França...


A Globalização capitalista vem criando mecanismo de expansão que enfraquece os estados-nacionais, com a criação de órgãos supranacionais que gradativamente substitui os governos em suas diversas funções. Com a formação dos blocos regionais ou intercontinentais (Nafta, UE, Cei, Unasul, Can, Apec...), e com a maior interdependência entre países e blocos (mercados) assentam-se as bases para os futuros governos transnacionais, como acontece hoje na União Européia, que está se organizando em uma federação de Estado, com o processo de ratificação da constituição para a Europa (aprovada pelo Parlamento europeu em 2005). Não é impossível, pois já estamos no caminho em que os governos nacionais darão vazão a governos globais e, individualmente você ser um cidadão do mundo.