sábado, 24 de setembro de 2011

INSTITUIÇÃO FAMÍLIA

Neste exato momento, estou eu aqui na frente do meu computador, com pensamento voltado para escrever um texto importante para meus alunos e, me deparo com uma situação simples do cotidiano familiar...Minha filha me pedi para não ir a aula de catecismo. Disse ela “eu fico lá e vocês ficam aqui”. Conversei com ela a respeito da importância das aulas de catecismo para a primeira comunhão e que iria deixá-la e sua mãe iria pega-la.(Tenho uma certeza na vida, eu e minha esposa, vivemos e trabalhamos para nossas filhas).Depois desta conversa, resolvi escrever sobre a Família, a célula-mãe do organismo chamada sociedade.

A instituição Família é uma instituição em formação permanente (Acorda junto todo dia, nunca perde essa mania. Desculpe... (Lembrei-me da letra da música dos TITÂS, que até hoje é a minha banda preferida) e, construída no dia-dia na casa, na relação entre país e filhos, irmãs e irmãos, irmãos e primos, primas e irmãs; pronto! pensar que não, já estamos na casa da sogra e sogro, naqueles domingos de muita gente com muita zuada. Mas, principalmente, no ambiente mais "celular”, a família, que deve ser um ambiente propício para a educação, do respeito, da aceitação das diferenças sem preconceito e principalmente do amor para com seu próximo.

A base da sociedade é a família, que enfrenta problemas que vai desde uma brisa leve até furacões do tipo F-5 e muitas vezes complexas que afetam as estruturas. Estas tormentas ou desajustes ocorrem por vários motivos, mas as principais causas são a falta do amor e do respeito dentro da instituição famíliar. Sabem... coisas simples que regam o "solo" familiar como o amor e a hierarquia, que devem ser praticado dentro desta instituição ( papai e mamãe, vocês já deram o beijo do dia em sua filha(o)e perguntaram a eles como foi o dia deles. E,vocês filhos, já pediram aos seus pais a benção do dia). Vivemos num mundo que estas práticas são vistas como “MICO” por parte dos filhos e, por parte dos pais – mais preocupados com as responsabilidades do manter a casa – o esquecimento da íntima relação famíliar, da relação com Deus e de vivenciar a relação pais–filhos e filhos - filhos.

Família estruturada no amor, na pilastra religiosa com Deus, no diálogo constante e na solução conjunta dos problemas são fundamentais para a base moral dos jovens e dos novos “chefes de famílias”.O filho que vê nos pais bons exemplos a serem seguidos produzirá ações de amor, de amizade, de companheirismo e de solidariedade. Somente através da Família é que a sociedade eliminará os vícios das violências sociais e institucionais. Só uma sociedade baseada numa estrutura organizada em princípios morais e de união familiar assegurará uma melhor qualidade de vida e feliz.

sábado, 17 de setembro de 2011

PRIMAVERA ÁRABE

O mundo Árabe muçulmano está sofrendo com o avanço da “epidemia” da pró-democracia e da justiça social. O vírus da democracia que está em expansão pelos países muçulmanos,que derrubaram chefes de estados – situação inédita no Oriente médio – expõem para as elites “encasteladas” no poder as décadas de insatisfações da população não atendida pelo estado, nos seus direitos sociais, civis e políticos, em um mundo globalizado cada vez mais aberto e livre. Esta “epidemia”- bem vinda - não está perdendo força mesmo com as mortes de civis heróis, pelo contrário, vem se fortalecendo a cada ação desesperadas de governos antidemocráticos. A origem da “epidemia” está na falta de liberdade, no descontentamento com a política-econômica e das insatisfações dos jovens muçulmanos mais escolarizados e críticos.

TUNÍSIA

Todo este conjunto de fatores foi exposto na Tunísia, no início deste ano, onde o presidente Zine El Abidine Ben Ali que ocupava o cargo de um governo corrupto desde 1987, foi deposto em janeiro 2011. O estopim dos protestos foi desencadeado quando um tunisiano foi impedido de vender seus produtos por policiais, em uma barraca, na cidade de Sidi Bouzid. Depois da revolta popular – conhecida como Revolução de Jasmim – O regime tunisiano caiu no começo de janeiro, quando o movimento popular tomou as ruas e ganharam o apóio dos militares do país, pedindo a renúncia do presidente. O presidente Zine El Abidine Ben Ali renunciou e deixou o país, que tem como chefe de governo da Tunísia, atualmente, Fouad Mebazaa com apóio e reconhecimento internacional

EGITO

O Egito, o país mais populoso do mundo muçulmano, no Oriente Médio, foi o primeiro a enfrentar manifestações inspiradas pela “revolução do jasmim”. Governado pelo presidente Hosni Mubarak, por três décadas (1981 a 2011), desde o assassinato do presidente Anwar Sadat, administrou um estado sob a Lei de Emergência, que restringia as liberdades civis e políticas, como justificativa de combater o terrorismo fundamentalistas. A crise econômica, o alto índice de desemprego e os altos preços dos alimentos contribuíram para que a “epidemia” da democracia afetasse o governo egípcio – Governo que mantém uma relação pacifica com Israel desde 1979 e com os Estados Unidos da América – não suportou a pressão popular. Com a renúncia do presidente Hosni Mubarak, uma junta militar tomou posse de forma transitória até as eleições previstas para o final do ano de 2011

LÍBIA

É mais um país do mundo árabe a enfrentar uma onda de revolta popular, que está levando ao fim o regime do ditador Muammar Kadhafi, que esteve no poder desde 1969 (golpe de estado). Em 1977, ele criou o conceito de “Estado das massas”, em que o poder é exercido através de milhares de “comitês populares”. Muammar Kadhafi, não resistiu essa “avalanche” pela democracia e melhoria das condições socioeconômicas. Com aval da ONU e apóio da OTAN os rebeldes conseguiram minar as forças de apóio do governo e assumiram o governo Líbio. O reconhecimento veio com as visitas dos chefes de estados: o presidente francês, Nicolas Sarkozy, do primeiro-ministro inglês, David Cameron e do premiê da Turquia Tayyip Erdogan, na capital da Tunísia, Trípoli. E, com a ONU, onde a Assembléia Geral da ONU aprovou, na sexta-feira, 16/09/2011, uma solicitação do CNT (Conselho Nacional de Transição)órgão político dos rebeldes da Líbia, para considerar os seus enviados como os únicos representantes líbios na organização. Na prática, a ONU reconhece o governo interino da Líbia, que derrubou Muamar Kadafi. E, essa decisão, permite que o chefe interino do governo líbio, Mustafá Abdul Jalil, participe na Assembléia Geral anual da ONU,

IÊMEN

A onda de protestos no mundo árabe chegou ao Iêmen no final de janeiro. A crise agravou-se em março, quando uma grande manifestação na capital (Sanaa) acabou com a morte de dezenas de pessoas. Os manifestantes exigiram a renúncia do presidente-ditador iemenita, Ali Abdullah Saleh, que governava o Iêmen desde 1979, quando o país ainda era dividido entre norte e sul. Com a unificação, se manteve no poder e era um dos principais aliados dos EUA na luta contra o terrorismo. No Iêmen, a sociedade é politribal e com as forças de segurança, é um dos pilares de sustentação país. Em meio à crise, o governo de Saleh perdeu apóio da própria tribo Hashid (no norte do país) e também dos militares. Os protestos na capital do Iêmen continuam para exigir um acordo de transição diante da ausência do presidente Ali Abdullah Saleh (que sobreviveu a um atentado a bomba em uma mesquita e está em tratamento na Arábia Saudita). Os manifestantes ainda pedem que o presidente seja julgado por violações dos direitos humanos. O ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, na Arábia Saudita, resolveu delegar poderes ao vice-presidente, Abdo Rabu Mansur Hadi, negociar com a oposição a transferência pacífica do poder no país.

SÍRIA

Desde março, protestos contra o presidente, Bashar al-Assad - atual presidente da Síria, filho e herdeiro de Hafez AL-Assad, que governou de 1970 até sua morte em 2000 - desencadeiam reações violentas das forças de segurança do governo. A população síria que tem suportado décadas de depressão econômica, repressão política e corrupção sob o governo da família Assad desde 2001, iniciaram protestos inspirados pelas revoluções que derrubaram os líderes do Egito e da Tunísia. Estes protestos começaram na cidade de Deraa, no sul do país, onde estudantes foram presos por pichar a frase "As pessoas querem a queda do regime" nas paredes de sua escola. Moradores protestaram, pedindo pela libertação dos jovens e as forças de segurança abriram fogo contra uma manifestação, com mortes e feridos. O levante rapidamente espalhou-se para outras cidades, incluindo Homs, terceira maior cidade do país, e Banias, na costa mediterrânea. Os manifestantes pedem por mais liberdade, o fim da corrupção e cada vez mais pela saída de Assad.

Todas as manifestações em curso no Oriente Médio: Tunísia, Egito, Iêmen, Líbia e Síria, são daquelas situações nas quais os cientistas políticos, historiadores, geógrafos e outros estudiosos das ciências sociais podem expressar suas opiniões, sem correr o risco de ser desmentido, pois são acontecimentos inéditos no mundo muçulmano, no oriente médio e norte da África. Neste sentido me arrisco em declarar, sem medo de errar, que os futuros de acontecimentos inesperados nestes países darão subsídios para novos textos.

sábado, 10 de setembro de 2011

O MUNDO DO PÓS-11 DE SETEMBRO

O Terrorismo é um antigo, em que a ação violenta é praticada com a finalidade de  desestabilizar um poder constituído para atingir os objetivos específicos. As ações Terroristas são praticadas ao longo da história da humanidade e podemos enumerar alguns exemplos: A ação contra Julio Cesar, imperador de Roma, em março de 44 a.C; O assassinato do presidente americano Abraham Lincoln em 1865; O atentado praticado pelo ETA, que lutava pela autonomia do País Basco em relação à Espanha, em junho de 1987, Barcelona; As ações durante os anos 70, no Reino Unido, patrocinados pelo IRA que já depuseram as armas em 2016; O atentado praticado pelo norte-americano, Timothy McVeigh, em 1995, em Oklahoma e o duplo atentado em 2011, na Noruega, praticado pelo norueguês fundamentalista cristão e ultradireitista, Anders Behring Breivik. Estes exemplos deixa claro que o terrorismo não tem território, região, pátria, religião e muito menos um rosto.

Entretanto, o  11 de setembro de 2001, data do maior atentado terrorista da história e de mais um crime contra a humanidade, produziu mudanças nas relações geopolíticas globais. Um atentado violento, que deu ao mundo uma região para Terrorismo e, ao mesmo tempo, uma justificativa para a neo-guerra, desta vez, contra o terrorismos. Sustentada no princípio da “Doutrina Bush”. Guerra, que passou ser travada no território do Oriente médio, num primeiro momento e depois em outras regiões, pois o terrorismo não possui limite geográfico específico.

Neste sentido as explosões no Word Trade Center, no coração de Nova York, com transmissão ao vivo para todo o mundo pelas redes de televisão, possibilitou ao mundo ocidental, principalmente pelos Estados Unidos da América, produzir a ideia de que o mundo árabe é o “berço do terrorismo” para justificar sua ação geopolítica na região do petróleo e buscar ampliar sua área de influencia no Oriente Médio. Prontamente, os Estados Unidos responderam ao ataque terrorista e iniciou com o aval da ONU, um contra-ataque aos terroristas no Afeganistão e posteriormente, os EUA inseriram o Iraque neste contexto e sem autorização da ONU invadiram este país com o apoio de Tony Blair - primeiro ministro Inglês - e de José Maria Aznar – primeiro ministro espanhol.

A ação criminosa do 11 de setembro de 2001, marcou o que podemos chamar de terrorismo pós-moderno. O terrorismo tradicional - com finalidade específica e territorializado - que era praticado pelo ETA e o IRA, foi substituído por grupos terroristas com ações desterritorializadas, sem finalidades para atingir objetivos  específicos e contra civis, como da Al Qaeda, ISIS Taleban ...  assim, as respostas políticas a esta nova lógica do terror (produzir o medo), são condicionadas pelo contexto histórico atual, em que pela primeira vez estas ações terroristas se mobilizam e assumem uma lógica global e de conflito internacional em que se busca originar um conflito de entre o mundo ocidental e mundo árabe muçulmano.